terça-feira, 27 de dezembro de 2005

Paracelso

"Aqueles que pensam que todos os frutos amadurecem ao mesmo tempo que as cerejas é porque nada sabem das uvas."
século XVI, Paracelso, médico alemão

segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

Tamareira


A tamareira, Phoenix Dactylifera em que Phoenix é o equivalente a fenícios (Phoenician em grego) que foram os primeiros a cultivar e a dispersar o seu uso. Outra origem para o nome seria a da ave mítica dos gregos, Phoenix.
Dactylifera vem da palavra grega dactylos que significa dedos, embora na antiga língua dos hebreus e sírios dactylifera, já seja o nome dado à tamareira.
Este nome é conhecido desde os tempos de Theophrastus, (famoso botânico 370-85BC)

É uma palmeira habitual no Médio Oriente e que se dá bem em Portugal, ainda não percebi porque existe tantas palmeiras do tipo Phoenix canariensias cujo fruto embora comestível não tem nem polpa nem sabor comparável ao da tâmara

Em África a tamareira serve de suporte de alimentação a 80 milhões de pessoas

Os frutos na sua evolução, vão passando por uma série de fases quem em árabe têm uma designação própria:

Primeira fase – Hababouk – Os frutos são ovóides, ainda pequenos e amarelos, amarelos claros ou amarelos esbranquiçados.

2ª. f. – Kimri – Os frutos atingem o crescimento total, tornam-se alongados, a cor passa pelo esverdeado e no fim estão fisiologicamente maduros.

3ª f.– Kalal – Os frutos tornam-se amarelos, iniciam um processo de perda de humidade, os açúcares redutores da polpa vão diminuindo e aumentando a percentagem de sacarose.

4ª f.– Routab – Dá-se uma perda de água muito mais sensível, os frutos tornam-se avermelhados e os teores de açúcar redutores da polpa não excedem metade dos açucares totais.

5ª f.– Tmar – Os frutos passam a cor castanha, continuam a perder massa pela redução de humidade, os açucares atingem na polpa percentagens de tal modo elevadas que não há possibilidade de haver qualquer fermentação.

È no fim desta quinta fase que os frutos atingem a maturação comercial, muito mais tarde que a maturação fisiológica.

Os árabes dizem que a tamareira deve ter os pés na água e a cabeça ao sol ardente.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

Os setes sapatos sujos

Segundo Mia Couto, 
A opinião de: Mia Couto
Oração de Sapiência na abertura do ano lectivo no ISCTEM
[...]Existem, no entanto, várias formas de pobreza. E há, entre todas, uma que escapa às estatísticas e aos indicadores numéricos: é a penúria da nossa reflexão sobre nós mesmos.
Falo da dificuldade de nós pensarmos como sujeitos históricos, como lugar
de partida e como destino de um sonho. [...]
[...]Eu contei sete sapatos sujos que necessitamos deixar na soleira da porta dos tempos novos[...]
O primeiro sapato: a ideia que os culpados são sempre os outros e nós
somos sempre vítimas[...]
Segundo sapato: a ideia de que o sucesso não nasce do trabalho[...]
Terceiro sapato- O preconceito de quem critica é um inimigo[...]
Quarto sapato: a ideia que mudar as palavras muda a realidade[...]
Quinto sapato A vergonha de ser pobre e o culto das aparências[...]
Sexto Sapato A passividade perante a injustiça[...]
Sétimo sapato - A ideia de que para sermos modernos temos que imitar os
outros[...]

(Extraído do Vertical N° 781, 782 e 783 de Março 2005)